Inspirações

De um clássico toda a releitura é uma descoberta de leitura igual à primeira.

De um clássico toda a primeira leitura é na realidade uma releitura.

Os clássicos são livros que quanto mais se julga conhecê-los por ouvir falar, mais se descobrem como novos, inesperados e inéditos ao lê-los de facto.

É clássico o que persistir como ruído de fundo mesmo onde dominar a actualidade mais incompatível.

ITALO CALVINO

Agradecimentos

À Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, ao director da Sic Notícias, António José Teixeira, e ao coordenador de programas da Sic Notícias, Francisco Ladeira, que receberam este projecto desde o primeiríssimo contacto com o maior entusiasmo e empenho na sua concretização e que o tornaram verdadeiramente possível.

A todos os convidados do Nós e os Clássicos, pela sua generosa colaboração.

À produtora MBTV e, sobretudo, ao Mário Rui de Castro, que, desde a primeira hora, apoia incondicionalmente e de forma incansável o Nós e os Clássicos .

À equipa que apaixonadamente tem concretizado cada emissão com o máximo de dedicação.

A todos os ilustradores convidados e a Jorge Silva (Silva! Designers), responsável pelo logotipo do programa.

A Elisabete Caramelo (a nossa brilhante voz off), a António Amaro de Melo (cuja pesquisa e saber alimentam cada emissão) e a Fernando Caetano (consultor para tantas ocasiões).

À Almedina, à Prime Clinic Dental (concretamente, ao Dr. Pedro Ferreira Lopes), à Parker, à Me By Me e à Sarah Pacini Cascais, que patrocinam e garantem também a qualidade da produção de Nós e os Clássicos.

Aos responsáveis por todos os espaços que, semanalmente, nos acolhem para as gravações.

A todos os espectadores, que, esperamos, nos dediquem a sua atenção.

Muito obrigada.

Filipa Melo

Intervenção da Ministra da Cultura

Intervenção da Ministra da Cultura na apresentação do programa Nós e os Clássicos


"Cumprimento e agradeço o contributo de todos os que tornaram possível este programa;

Cumprimento os responsáveis pela SIC e SIC Notícias, pela aposta num conteúdo cultural novo, por integrarem na grelha, ao longo de 13 semanas, 195 minutos (repetidos várias vezes) de tributo à criação, à grande literatura e aos feitos que verdadeiramente promovem a humanidade;

Saúdo a SIC e a sua direcção de programação, por apostar com este programa, numa solicitação cultural exigente e estimulante, num período em que os intermináveis espaços de comentadores, em todos os canais, destroem sistematicamente a já parca auto-estima nacional, demonstrando que este país divide-se entre os que comentam e os que fazem, entre os que destroem e os que constroem; com “Nós e os Clássicos”, ajudamos a inverter esta espiral negativa - graças à SIC e ao MC, com esta série, construiu-se, criou-se, e, certamente, reproduzir-se-á saber, cultura, conhecimento, educação e, porque não, prazer e entretenimento. Cultura também é prazer.

Agradecimentos à Filipa Melo e a toda a equipa de produção, pela enorme capacidade em concretizar este desafio, pela qualidade, profissionalismo e entrega, também pelo bom gosto nas escolhas feitas, e, em particular, pela nova vida que conseguiram dar a cada uma das grandes obras de literatura seleccionadas na série;


Agradecimento aos convidados, de diversas áreas e sensibilidades, que enriqueceram o programa com a sua participação;


Desde a 1ª hora, o Ministério da Cultura considerou este projecto importante, e desde logo decidiu apoiar financeiramente, o que permitiu a sua concretização.

É com profunda alegria que nos associamos ao nascimento e crescimento de projectos que contribuam para a promoção da língua portuguesa, para o fomento de hábitos de leitura, para o conhecimento de autores portugueses e para a reinvenção das grandes referências literárias do nosso património cultural.

Acredito que estão reunidas as condições para que o projecto tenha o maior sucesso: desde logo os dias e horários de difusão (que agradeço em especial à SIC); mas também as obras seleccionadas, os convidados e os cenários exteriores que inspiraram as reflexões e a partilha de experiências destes leitores excepcionais;


Permitam-me, pois, que refira a particularidade de parte das gravações ter decorrido em espaços do MC – Museu Nacional de Arte Antiga, Museu do Traje, Teatro São Carlos, Museu do Teatro, e as promoções do programa no Palácio Nacional da Ajuda. Dinamizar o património é também conhecê-lo, vê-lo com outro olhar.
Gostaria, ainda, de sublinhar a feliz coincidência do primeiro programa ser emitido no Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Este ano o MC celebra o Dia do Livro através da oferta de livros em museus, palácios e sítios patrimoniais, fruto de mais uma parceria com uma editora, sublinhando uma vez mais o diálogo frutuoso que o Livro permite com todos as outras expressões culturais.
Quando a futura Lei do Cinema estiver em vigor (a sua aprovação foi atrasada pela crise política que se instalou, e que prejudicou milhares de criadores, realizadores, autores, todo o sector cultural que aguardava impaciente, há anos, a revisão da Lei do Cinema, da Lei da Cópia Privada, o Depósito Legal das Imagens em Movimento, a criação da Rede de Cinema Digital, para apenas referir os diplomas da área do Audiovisual que já estavam prontos para serem aprovados em Conselho de Ministros), mas dizia eu, quando a Lei do Cinema estiver em vigor, muitos mais programas como este poderão nascer, graças à obrigação de investimento directo por parte das televisões, que escolherão directamente, sem intermediários, quais os produtos audiovisuais em que querem apostar. Estou certa que iremos abrir uma nova fase na afirmação de televisão de qualidade, como aquela que a SIC nos vai proporcionar com “Nós e os Clássicos”.
Termino renovando os agradecimentos a todos que tornaram possível este programa, com os melhores votos de sucesso e de audiências, que, estou certa, nos irão surpreender."

Notícia

Clássicos portugueses em novo programa da Sic Notícias

20 de Abril de 2011, 21:22
Lisboa, 20 abr (Lusa) -- A lírica de Camões, "Húmus", de Raul Brandão, e "Sinais de Fogo", de Jorge de Sena, são alguns dos clássicos portugueses abordados no novo programa da Sic Notícias apresentado por Filipa Melo e patrocinado pelo ministério da Cultura.
Chama-se "Nós e os Clássicos" e estreia-se no próximo sábado, dia 23 de abril -- Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor --, em horário nobre, com o primeiro de 13 programas de 15 minutos, dedicado à Poesia Lírica de Luís Vaz de Camões, com comentários de Ana Isabel Buescu e Vasco Graça Moura.
"Este é um programa sobre a grande literatura portuguesa... e um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tinha para dizer", explicou Filipa Melo hoje à tarde, numa conferência de imprensa realizada na sede da Sic, que contou também com a participação da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, e de Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, que inclui aquela estação televisiva.
A ideia, explicou a crítica literária e escritora, "foi juntar especialistas e 'amadores', aqueles que amam os livros", para ter "livros excecionais apresentados por leitores excecionais, partindo da pergunta: 'Porquê ler os clássicos?' -- título de uma obra de Italo Calvino.
"Numa conversa dirigida, mas próxima e informal, dois leitores de exceção, (...) falam do seu gosto por um título clássico da literatura portuguesa, bem como da perspetiva que têm sobre o pensamento e a obra do autor" resumiu.
Assim se justifica que, a par de professores universitários como Fernando Cabral Martins, pensadores como Eduardo Lourenço e críticos literários como Pedro Mexia, haja nomes como o do humorista Ricardo Araújo Pereira e o do político Paulo Portas, entre outros.
Ao longo de três meses de emissão, desfilarão pela Sic Notícias programas sobre as obras de Gil Vicente, o "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa, "A Queda de um Anjo", de Camilo Castelo Branco, "Teatro", de António José da Silva, o Judeu, "Causas da Decadência dos Povos Peninsulares", de Antero de Quental, e ainda "Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett.
A série completar-se-á com "História de Portugal", de Oliveira Martins, "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto, "A Cidade e as Serras", de Eça de Queirós, e "Sermões", do Padre António Vieira.
Com dois convidados por emissão, cada um dos programas -- todos realizados por Fernando Vendrell para a produtora MBTV e financiados pelo Ministério da Cultura, com um total de 80 mil euros -- se estreará ao sábado, às 16:30, e terá repetições ao sábado à noite, pelas 20:30, domingo às 09:00 e 18:30 e segunda-feira à 01:30.
Gabriela Canavilhas saudou a Sic "pela aposta num conteúdo cultural novo": "Eu contei-os, são 195 minutos, repetidos várias vezes, de tributo à criação, à grande literatura e aos feitos que verdadeiramente promovem a humanidade".
O cenário de cada entrevista foi escolhido de acordo com a ligação ao tema tratado e inclui espaços do Ministério da Cultura, como o Palácio Nacional da Ajuda, o Teatro Nacional de São Carlos e os museus de Arte Antiga, do Traje e do Teatro.
O genérico de cada programa inclui ilustrações criadas para o efeito por 13 dos mais importantes ilustradores portugueses, entre os quais André Carrilho, João Fazenda e Tiago Albuquerque.
ANC.
Lusa/fim

Autoria, coordenação e apresentação


FILIPA MELO
jornalista, escritora

Desde 1990, como jornalista especializada na área de Cultura/Literatura, trabalhou como repórter (revistas Visão, Grande Reportagem e Ler; jornais Expresso, JL e O Independente; programa Escrita em Dia/ SIC), editora (revista Livros de Portugal/APEL; suplemento Mil Folhas/Público; programa Oriente/ SIC Notícias; programa Magazine e Magazine Livros/ RTP2), crítica, comentadora e consultora (programas Acontece, Jornal2 e Câmara Clara, RTP2). Recebeu o Prémio Nacional de Cultura Sampaio Bruno em 1996.
Actualmente, assina crítica literária no jornal Sol e na revista Ler. É coordenadora geral da programação da Livraria Almedina Saldanha, nomeadamente do «Ciclo do Café», em que se incluem a Comunidade de Leitores Almedina e o ciclo de conversas Nós e os Clássicos.
O seu primeiro romance, Este É o Meu Corpo (Temas e Debates/Sextante) foi publicado em Portugal em 2001 e, desde então, editado em Espanha, França, Itália, Polónia, Croácia, Eslovénia, Sérvia e Brasil. Os seus contos encontram-se publicados em diversas publicações e antologias portuguesas e internacionais. 

NÓS E OS CLÁSSICOS - Apresentação


Livros excepcionais apresentados por leitores excepcionais,
partindo da pergunta: «Porquê ler os clássicos?» (Italo Calvino)

Numa conversa dirigida, mas próxima e informal, dois leitores de excepção, que tanto poderão ser um especialista ou professor da matéria como um apaixonado devotado (um amador esclarecido), falam do seu gosto por um título clássico da literatura portuguesa, bem como da perspectiva que têm sobre o pensamento e a obra do autor. Estes leitores profissionais, obsessivos ou privilegiados partilharão o conhecimento que têm da obra e também a história do seu amor por ela.

O objectivo é mostrar que o contacto com um livro pode ser uma aventura mental e afectiva, uma relação que está viva e é transmissível. De uma forma implicada e até mesmo apaixonada, estes leitores excepcionais discutirão acessivelmente algumas das principais características e contributos da obra e do autor, bem como a sua eventual ligação com a realidade actual.
Os grandes clássicos são habitualmente estudados de um modo sumário, como um dever de cultura ou uma obrigação curricular. São várias vezes ensinados ou mencionados de uma forma enfatuada, num discurso que intimida, mais do que assume a transmissão de gosto e conhecimento.

O programa de televisão Nós e os Clássicos quer mostrar que, num país onde se lê pouco, os grandes livros podem ser apresentados como aquilo que verdadeiramente são: herança universal sem tempo, mas também alimento quotidiano e vivo. Para isso, bastará que a mediação entre a obra e o público seja feita por leitores singulares que sabem comunicar os seus percursos individuais de leitura.

Apresentados e «traduzidos» com paixão e clareza por quem os conhece intimamente, não será difícil nem aborrecido perceber ou relembrar a importância de treze dos grandes títulos clássicos da literatura portuguesa. A atingir-se este objectivo, o programa cativará inevitavelmente tanto o público culto quanto o indiferenciado.


Apresentação, autoria e coordenação
Filipa Melo

Produtora
MBTV

Canal
SIC Notícias

Patrocinadores
100 % Ministério da Cultura

Formato
Entrevista a dois convidados por emissão.

O cenário de cada entrevista foi criteriosamente escolhido de acordo com a sua ligação ao tema da emissão em causa.

O genérico de cada emissão inclui ilustrações criadas para o efeito por treze dos melhores ilustradores portugueses: André Carrilho, André Letria, André Ruivo, Cristina Sampaio, Daniel Silvestre da Silva, Gonçalo Pena, João Fazenda, João Maio Pinto, Luís Manuel Gaspar, Pedro Burgos, Pedro Proença, Susa Monteiro e Tiago Albuquerque.

Periodicidade
Semanal

Horário
Estreia - Sábado, 16h30
Repetições - Sábado, 20h30; Domingos, 9h00 e 18h30; Segundas, 1h30.

Duração
15 minutos por programa. Total de 13 programas (três meses de emissão)